domingo, 16 de março de 2014

Ressaca

Sei que recuperas das horas perdidas de sono, espero que esta mensagem chegue de pantufas...

Há dias em que me sinto combalido, parece que levo com tudo aquilo que desejei para mim: a independência, o afastamento, o individualismo. 

Há dias em que parece que não quero isso: que queria amigos novos, leves, descomplicados, sem fardos pesados de passados estranhos, com os mesmos gostos, genuínos e com vontade de viver.
Mas onde há dessas perfeições? Tu que és uma Lua iluminada, talvez me possas ajudar.

Há dias em que me apetece chorar. Amanhã percebo que, mesmo sem perfeições, aguento a vida melhor do que hoje sinto. Humor de Domingo... 

Aceita que partilhe estes desabafos tontos - gosto de partilhar contigo o que me vai na alma, porque sei que me compreendes. Também pelas tuas fragilidades te sinto uma Lua com H grande :), com melhores competências para ouvir algumas das minhas "paneleirices".

Passei para te dar um abraço, com uma porção de boa - espero - amizade. Satisfiz, de igual modo, carências minhas. Aceita também este parcial egoísmo :)

Gostei da nossa conversa da noite passada, Lua Cheia!

Ps: Não te vejo, mas sei que estás aí. E sei-te novamente cheia de brilho, logo à noite!

sábado, 20 de outubro de 2012

Lua Cheia

Lua Voluptuosa,

Falta-me ver-te mais, de quando em quando também durante o dia ou nas tuas fases novas.

Conto-te um segredo: sempre que estou contigo sinto o apogeu em tudo que fazemos, o
 começo não é na tua cama e muito menos o fim...

Quando te beijo, quando te dou a mão, sinto-me transpirar como se estivesse deitado envolvido em ti.
Quando me delicio com o vinho, sinto entrar na tua profunda essência.

Quando trinco, imagino mordicar a tua pele e carne maravilhosas!
Agarro os objectos como que a tatear-te - firme e delicadamente.
Sorrio com ar malandro como se te tirasse a saia.
Arrepio-me como se te penetrasse... (Às vezes apetecia-me seguir-te no universo e fazê-lo ali, no recanto improvável, de pé contra as tuas costas, rápida e sofregamente. Ou contra o balcão da cozinha, enquanto cozinhas, coberta de avental - imaginei-o no jantar que ofereceste à nossa exaltada Afrodite).

E como sabe bem! 

Deves pensar que sou louco... E essa loucura existe - por ti.

Dorme bem Lua, que eu adormeço como se reconfortado por um abraço teu, um abraço quente, carinhosamente iluminado. Todas as noites.

PS: Partilhar contigo é um deleite mas não só carnal, porque és, especialmente, a minha querida e confidente amiga de luar vivo que cativa. Luar branco, enquanto cor que transmite infinitude, lealdade, sinónimo de uma amizade levada ao extremo, apaixonante. Nesse branco onde escrevo e sou escrito...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desejo Incondicional

My beloved Moon,

Estou possuido por ti e só te desejo possuir.
Quero fazer-te um filho sem to fazer.
Loucuras e sexo desbragado com um certo afeto intrometido.
Uma vontade enorme de ti, constantemente a explodir para ti.

Estivesse eu no céu, gozava-te como ninguém.

Imagino ter-te, sentir-te todos os pedaços de pele, tudo contigo fazer... E todos os dias sonho contigo.

Por falar em sonhos,
Que tenhas uma noite carregada de sonhos!

Tight Hugs.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Lua Nova

Gosto de ti.
Mas não gosto de me sentir mal amado - não, não me refiro à cama - e tão poucos gostos comuns talvez não ajude.
Gosto de ti.
Gosto-te louca, mas com essência tradicional que seja - e pareça - séria. Loucura privada também me parece bom, mas apagada na intimidade com a loucura toda para quem anda na rua, já não digo que gosto.
Gosto de ti.
Mas não gosto de quem me engane nem se engane a si próprio.
Gosto de ti.
Mas não gosto que se sintam privados de liberdade.
Gosto de ti.
Mas não gosto de me sentir um fardo.
Gosto de ti. Do teu sorriso também.
Mas...
Gosto de ti. Quero-te feliz. Seja lá com quem for.
Gosto de ti. E de escrever para ti.

Hoje, por uma vez, demos descanso à libido, espero que não te arda o desejo... Entreguei-me a divagações estéreis.
Depois dum fellatio daqueles só poderíamos esperar a bonança.

Tu, lua sensual, cativante mesmo em fases escuras.

Um beijo na testa,
Do infinitamente teu Afonso Maria.

domingo, 3 de julho de 2011

Swallow

Tinhas uma pele sobrenatural.
As tuas curvas não seriam pelo néctar essencial que tragavas, mas sim por aquele, carregado de bons genes, um dia injectado nas entranhas fervilhantes da que viria a ser a tua querida mamã.
Mas a pele... Certamente que a química que o suco leva te ajuda a manter essa pele assim excitante!

Nunca nas mais íntimas experiências tinha visto tanto prazer a engolir, até à última golfada. Nem o meu Bulldog Inglês lambe as beiças com tal ar de satisfação, depois de amarfanhar um suculento naco de carne.
Contaste-me que, não fosse a falta desse teu generoso gosto, te tornavas decididamente lésbica.

Podia ser de pé ou deitados, de 4 ou na tradição de missionário, na rata ou nesse bem esgalhado rabo, mas o meu orgasmo tinha que te percorrer a garganta. Sempre!
Dizias que gostavas de também ser feita de essências minhas, alimentada por elas, para mais estas fruto de êxtases estonteantes.

Eu apreciava, não pouco. Espiritual e fisicamente. Tu sabias e que gozo te dava!

Vir-me na tua boca envolvente era dos melhores pratos de uma noite de divertimento.
A forma como fazias girar a língua na glande, a tensão certa a sugar, massajares o ferrão com a epiglote ou brincares às escondidas com ele, acariciares e mordiscares - o que causa um composto de apreensão e gozo - os tin-tins criadores da poção com que serias recompensada e o facto de saber que acabarias a tomá-la, tudo era perfeito!
De bronze e prata muitos, ouro alguns, mas o bico de platina só tu o mereceste. Não chegaste ao insólito de fazer um bico numa sala oval, mas não te reconheço méritos menores.

Por ti tudo podia começar e acabar na prova oral.
Chegavas-me a pedir desculpa (desculpa, imaginem!).
Não tinhas porquê, era uma relação simbiótica, sem ressentimentos de desejos por resolver.
Olha eu, que tanto estimo esta especialidade.

Broche, bico, fellatio, beijinho, podia chamar-lhe o que me apetecesse, não te zangavas. Desde que com o mesmo final feliz: Swallow!

Assim seja, doce Lua Cheia, vivo para te satisfazer os desejos, dos mais fáceis aos menos.

domingo, 18 de julho de 2010

Aurora Boreal

Olhei para ti e desejei-te bom dia, de modo carinhoso.
Sem piar. Dormias, bem, recarregada por uma noite em que fizemos, juntos, uma ôde a Epicuro.
Tanto prazer até dói!
Mesmo com a naturalidade crua de um rosto amarrotado pelos vincos da almofada e sem contornos de pintura, és de uma beleza inspiradora.

Aproveitei o ar revigorante da alvorada e entreguei-me aos meus pensamentos, solitariamente satisfeito.
Não nos conhecíamos muito, mas existia entre nós uma intimidade natural de quem se descobriu noutras eras, tal a empatia e a química, portanto, não te foi estranho este meu gosto por momentos entregue a mim próprio e ao que me vai nas profundezas, sempre inquietas, ainda que empacotadas com aquela tranquilidade imaculada que tanta paz de espírito te proporciona.

Assim, fui preparar o pequeno almoço, afrodisíaco, como convinha. Apesar da longa noite de gozo, já sentia remeniscências de retoma e com elas ganas de voltar a possuir-te.
Havia que tirar proveito, pois não sabia quando nos voltaríamos a ter. Além disso, sinto-me melhor sabendo que não deste por mal empregue e que esse sorriso de orelha a orelha de contentamento te iria ficar desenhado no rosto por tempo indeterminado.

Para reanimar, uma infusão levemente refrescada, com água mineral, flores de camomila, sementes de erva doce e folhas de manjerona.
De seguida, uns croissants (do Gustavo, o mestre pasteleiro de ar fresco e caseiro, do salão de chá do largo, em frente ao parque), com geleia de flor de jasmim, sumo natural e café, o melhor nespresso, tu que te delicias com a imagem do Cloney.
Como desconfiava que algo estava para vir, acrescentei um prato com sementes de cardomo, um aromático potente afrodisíaco, umas tostas com caviar, beluga, que és atraentemente exigente, e, claro, o amanteigado das Bordaleiras Serra da Estrela, que tanto gostamos - delicioso!
Certamente que percebeste o agrado de partilhar a noite contigo.

Desci para os teus pés, apreciando o longo percurso.
Massagei-os, chupei-lhes os dedos e lambi-os, inteiros. Hum, que pés tão bem desenhados! E perfumados!
Com energias retemperadas, acabamos a ôde num andamento prestissimo e, tal como um qualquer deus do prazer, senti-me violentamente dentro de ti.
Vimos estrelas a cintilar e o sol radiante de um dia de Verão espreitou, sorridente.

Numa posição reconfortada, aprofundaste as marcas desse sorriso infinitamente satisfeito.

Até à próxima!

O Último Sonho

Esta noite tive um sonho, atrevido.
Dizia a uma das mulheres mais bonitas da terra, de curvas voluptuosas, inteligente e bem na vida, mas mal amada e doutras carências nada confortáveis:

"Silêncios não ouvirás.
Ouvirás as entranhas a chamar por mim, latejantes de desejo, ávidas de falo viril, alienadas de tesão!
Quanto tempo mais aguentarás esse estado por saciar?
Insatisfeitas, a tua alma curiosa e a tua carne têm vontade de aventura, de descoberta, de sensações arrepiantes.
Vem! Não te domines por receios! Dominada serás por mim, verás que bem!
Esses teus receios esmorecem ao primeiro beijo francês, bem molhado, com sabor a hortelã. Àquela forma de te possuir, de te lamber a passarinha, de te tocar a pele dos pés à cabeça, de te explorar caminhos menos visitados, quiçá virgens, entre outros xaropes das mil e uma noites...
Só nós dois - pelo menos desta vez - acompanhados pelo crepitar do fogo do deleite, entre conversas em forma de sussurros ardentes e copos de vinho tinto.
Mas não é para todas.
Só para mulheres privilegiadas, como tu."

Dei-lhe um beijo humedecido no pescoço, daqueles que a vestem com pele de galinha. Seria o prólogo de tudo o que lhe havia dito, provocado, prometido.
Mas eis que o sonho acaba e os olhos se abrem. Não me parece bem, acabar antes de começar. Também não é importante, não passa de um sonho, posso acabá-lo como bem me apetecer, sonhando acordado.
Na vida real pode não ser tão linear. Ou sim.
O sexo anda dissimulado, mas é provável que aconteça.

Um beijo raro,
Do teu Afonso.