sábado, 20 de outubro de 2012

Lua Cheia

Lua Voluptuosa,

Falta-me ver-te mais, de quando em quando também durante o dia ou nas tuas fases novas.

Conto-te um segredo: sempre que estou contigo sinto o apogeu em tudo que fazemos, o
 começo não é na tua cama e muito menos o fim...

Quando te beijo, quando te dou a mão, sinto-me transpirar como se estivesse deitado envolvido em ti.
Quando me delicio com o vinho, sinto entrar na tua profunda essência.

Quando trinco, imagino mordicar a tua pele e carne maravilhosas!
Agarro os objectos como que a tatear-te - firme e delicadamente.
Sorrio com ar malandro como se te tirasse a saia.
Arrepio-me como se te penetrasse... (Às vezes apetecia-me seguir-te no universo e fazê-lo ali, no recanto improvável, de pé contra as tuas costas, rápida e sofregamente. Ou contra o balcão da cozinha, enquanto cozinhas, coberta de avental - imaginei-o no jantar que ofereceste à nossa exaltada Afrodite).

E como sabe bem! 

Deves pensar que sou louco... E essa loucura existe - por ti.

Dorme bem Lua, que eu adormeço como se reconfortado por um abraço teu, um abraço quente, carinhosamente iluminado. Todas as noites.

PS: Partilhar contigo é um deleite mas não só carnal, porque és, especialmente, a minha querida e confidente amiga de luar vivo que cativa. Luar branco, enquanto cor que transmite infinitude, lealdade, sinónimo de uma amizade levada ao extremo, apaixonante. Nesse branco onde escrevo e sou escrito...